terça-feira, 27 de maio de 2014

As cuias decoradas do Pará

As cuias decoradas do Pará são um artesanato tipicamente paraense e representam um elemento de grande valor cultural, um signo, o qual representa uma herança indígena, um aspecto do modo de vida do ribeirinho e uma Arte Popular.
Facilmente encontradas nas lojas de artesanato local e é claro, no grande mercado do Ver-o-Peso, essas cuias fazem parte do conjunto de artesanatos que configuram a rica e diversa Arte Popular brasileira.
A cuia é o recipiente no qual é tipicamente servido o Tacacá, alimento também de origem indígena, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como prato tipicamente paraense. Mas as cuias, não são somente conhecidas dentro e fora do país, por isso, como também, por seu valor estético e cultural e, são conhecidas de tempos atrás, pois existem relatos, descrições de viajantes naturalistas sobre elas que datam do século XVII, quando ainda eram ornadas e decoradas somente por mãos indígenas. Nesses relatos, percebe-se também a admiração dos autores pela beleza das peças e da habilidade das índias no ornato.
Alguns exemplares de cuias decoradas paraenses estão presentes no Museu do Folclore Edison Carneiro, no Rio de Janeiro e também integram coleções etnográficas no Museu da Universidade de Coimbra e da Academia de Ciências de Lisboa. Além de coleções no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém.
Embora a produção das cuias aconteça em várias localidades do estado, são famosas as cuias de Santarém. São inclusive exemplares de cuias santarenas que compõem o acervo do Museu do Folclore Edson Carneiro.
Na decoração das cuias encontramos elementos do universo amazônico, como, a fauna, paisagens, motivos étnicos como os traçados indígenas e até desenhos rupestres e de animais representados ao estilo da cerâmica tapajônica. Essa decoração é feita com a pintura a óleo (paisagens ou animais da fauna amazônica) ou ao modo mais tradicional com desenhos incisos na superfície externa.
O artesanato das cuias paraenses, dada sua importância enquanto bem cultural, ainda precisa ser mais valorizado, inclusive pala própria sociedade paraense. O caminho certamente é a difusão desse conhecimento, ou seja, a educação.

domingo, 23 de março de 2014

É Possível



A modelagem bem como as outras manifestações da arte é geralmente questionada sobre sua prática em sala de aula, muitas vezes, sob o discurso que argumenta o difícil acesso aos materiais. Porém o grande problema, na prática não é este e sim o espaço para a realização do trabalho. Todavia, se bem planejada, é realmente possível trabalhar na escola, a modelagem bem como outras categorias da Arte.
Especificamente falando da modelagem, onde o principal material é a argila (mas também pode ser empregada a massa de modelar), materiais e ferramentas não são realmente de difícil acesso: as estecas, que são as ferramentas, podem facilmente ser confeccionadas a partir do reaproveitamento de materiais (como por exemplo, grampo e tubo de caneta), embora a principal ferramenta para a modelagem sejam as próprias mãos. Quanto ao forno cerâmico, além de não ser necessário, pois a peça pode secar sem o auxílio deste; não é recomendado porque a peça feita pelo aluno pode quebrar na queima, ocasionando a frustração deste.
O que realmente implica na prática da modelagem é o espaço. O que pode ser superado com um planejamento e preparação do espaço com antecedência: medidas básicas podem ser tomadas como: forragem das mesas e cadeiras, utilização de uma sala que tenha torneira e pia, ou pelo menos seja localizada próxima de uma torneira.

Foto: Erica Oliveira


Muitas categorias artísticas são questionadas no que tange a seu ensino na sala de aula, porém, ao longo do tempo, muitos educadores já demonstraram a viabilidade do ensino de prática artística escolar como, por exemplo, com a música, a gravura, a fotografia, etc.
É dever do professor de Arte incluir em seu planejamento de ensino, a modelagem, dada a importância deste conteúdo para o desenvolvimento humano. Como disse Professora Rosikeli Moreira em seu livro intitulado “Modelagem”: “Quanto mais se instigar a habilidade tátil mais desenvolvida é a experiência sensório/sensível/intelectual do indivíduo”.

domingo, 16 de março de 2014

O teatro na escola



A relação Teatro – Educação durante muito tempo foi de o teatro ser subordinado a servir de ferramenta para o ensino e assimilação de conteúdos das disciplinas do currículo escolar. Embora atualmente, o teatro como linguagem já tenha espaço na escola e em outros lugares, seu ensino ainda não é realidade em muitas escolas brasileiras.
Foi a partir da segunda metade do século XX que surgiu uma nova perspectiva para o teatro-educação, chamada: Estética ou Essencialista. Esta, em contraposição a corrente Instrumental, reconhecia as especialidades do teatro e concebia este como possível e acessível a todo ser humano.
O ensino das Artes é obrigatório nas escolas brasileiras, expresso pela atual legislação. Porém, este ensino na prática não alcança as diferentes linguagens da Arte, como por exemplo, as quatro expressas nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte): dança, teatro, música e artes visuais. O ensino do Teatro bem como o de Dança geralmente aparece nas escolas apenas quando se precede uma comemoração ou atrelado em projetos, o que nem sempre enfatiza o aprendizado, pois em muitas escolas, a temática do projeto é de uma data comemorativa. Ou seja, o teatro não é devidamente trabalhado. Também porque, ocorre de nem ser ensinado por profissional da área, os “ensaios” nesses casos raramente não é feito por um professor de educação física. Felizmente há escolas onde vigora efetivamente o Programa Federal Mais Educação, o qual permite que o Teatro seja desenvolvido devidamente, ou seja, a Arte Cênica deve ser trabalhada como linguagem e de forma regular.
Enquanto a legislação educacional brasileira avança (a passos lentos) cabe ao professor de Artes escolar, se qualificar (pelo menos basicamente) para oportunizar à seus alunos a vivência em outra linguagem artística através do diálogo entre as artes. Como por exemplo, as artes visuais e o teatro, pelo menos em algumas aulas.


domingo, 9 de março de 2014

Música e Sociedade



A música é um elemento social de suma importância. É tão inerente e importante ao social que está presente em todas as sociedades de todas as épocas. Sendo um bem cultural, possui diferentes funções e significados nas diversas culturas de diversas sociedades. Estas funções sociais sempre existirão porque é característico da música.
Estudos comprovam que havia música na Pré-história. Na Antiguidade, a música era usada no Egito e na Suméria, em louvor a líderes, nas procissões reais. Na Grécia antiga, tamanha era a importância da música aos gregos, que a mesma era ensinada obrigatoriamente. A música esteve presente desde as primeiras civilizações.
Também pode ser percebido nas sociedades anteriormente citadas, que havia diferenças nas funções sociais da música. Pois, na Pré-história, a música, ainda não concebida como Arte, oriunda provavelmente da necessidade de comunicação, estava ligada aos rituais. No Egito, estava relacionada à religião e a política e na antiga Grécia, era praticada de modo integrado com a poesia e a dança; a educação musical era considerada essencial para a formação integral do indivíduo grego.
Se outras sociedades forem observadas, será novamente visto o desempenho do papel social da música, isto porque, ela não tem um fim em si mesma, mas sim valores e funções sociais e uma série de motivos comprovados cientificamente que garantem sua importância para o homem: para o social e para sua formação.
Allan Merriam cita dez principais funções sociais da música: de expressão emocional, de prazer estético, de divertimento, de comunicação, de representação simbólica, de reação física, de impor conformidade às normas sociais, de validação das instituições e dos rituais religiosos, de contribuição para a integração social e contribuição para a cultura. Ainda há dúvida sobre a importância da música para a sociedade?

Foto: Erica Oliveira

domingo, 2 de março de 2014

Cultura de massa e seus efeitos



O consumismo é certamente a maior consequência da cultura de massa, pois se o principal efeito dessa cultura é a forte influência, a indústria jamais deixaria de lado esse poder.

A cultura de massa é aquela que atinge à todas as classes, pois é difundida pelos meios de comunicação, seu grande poder de influencia determina o modo de viver, se relacionar, pensar, etc. É geralmente criticada por ser assim usada como ferramenta de manipulação através da publicidade que tem em vista o lucro empresarial.

Mas como não sofrer este efeito? Em um mundo impregnado por essa cultura? Ter consciência é o primeiro passo, buscar não de deixar influenciar no sentido de não ser um “fantoche” é o ponto.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Dürer, Rembrandt e Picasso



Muitos são os artistas europeus que se destacaram na arte da Gravura, porém aqueles que além de gravuristas eram também desenhistas e pintores, merecem especial destaque: Dürer, Rembrandt e Picasso.
Com Dürer a Gravura desenvolveu-se esteticamente. Suas obras refletem seu apuro técnico e ao mesmo tempo seu senso estético. Era exímio com a ferramenta buril tanto na madeira (xilogravura) quanto no metal (calcografia). Pela natureza da Gravura, pode-se perceber tamanho talento e habilidade no desenho de Dürer, pois estes transcenderam a maciez do papel e tela. Já que gravar implica em: cavar, cortar, ou seja, ferir o suporte chamado matriz.

Foto: Erica Oliveira


Rembrandt foi um artista que criou um elevado número de gravuras e sua obra conferiu a história da Gravura, mais expressividade e liberdade. Segundo a Professora Sandra Mª Correa Faveiro, em seu livro “Gravura”, ele: “[...] tratou a sua gravura com muita pessoalidade e desenvoltura adotando procedimentos com maior liberdade do que até então encontrada nos artistas”.
Picasso não só usou a Gravura como mais um meio expressivo para sua arte como também inventou uma nova técnica para a gravura em relevo da linografia, que ficou conhecida como método Picasso ou método da placa perdida. Esta técnica adaptou-se bem a sua proposta estética.
Dürer, Rembrandt e Picasso: três artistas que a exemplo de muitos exprimiram também na Gravura seu estilo e mais que isso: contribuíram para sua evolução como meio de expressão artística.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Figura Humana na Escultura Assíria



 Vários povos habitaram a Mesopotâmia e contribuíram com o desenvolvimento da arte dessa região. Das artes desses diversos povos, no que concerne à figura humana, a arte Assíria merece destaque por representar características do indivíduo daquela sociedade.

Habitada por acádios, sumérios, amoritas, assírios, elamitas, caldeus dentre outros – a Mesopotâmia teve uma arte muito rica, que divide-se em três grandes momentos: Arte Suméria, Assíria e Persa. Sendo a região rica em argila e pobre em pedras, a arte estatuária e o relevo foram bastante desenvolvidos.

A representação da figura humana chama a atenção na Arte Assíria porque uma importante característica do próprio povo assírio é representada: a força. Inclusive nas figuras femininas, como também nas formas híbridas. Nas formas humanas consideradas ícones, destacan-se a musculaturas dos corpos. Nos relevos, a figura humana aparece em sua maioria, em cena de caça ou guerras – temas que também representam a força do povo assírio.

A força foi um traço da identidade do povo assírio, não só física.